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Na tarde de hoje (31/07), foram encontrados patinetes de Sorocaba na esquina da Avenida 31 de Março com a Avenida Ireno da Silva Venâncio, em Votorantim, ao lado do Corpo de Bombeiros da cidade, revelando um cenário preocupante de desorganização e falta de controle. Essa situação é um reflexo da má gestão do programa de patinetes elétricos, uma parceria entre a Prefeitura de Sorocaba e a empresa Jet.
Desde o início, a falta de infraestrutura adequada para retirada e devolução dos equipamentos foi motivo de críticas. Ao contrário do projeto Integrabike, que possui estações dedicadas para bicicletas, os patinetes têm sido deixados de forma desordenada em diversos pontos da cidade. Esse problema se estende agora para além dos limites de Sorocaba, com patinetes sendo encontrados até em Votorantim. Embora a proximidade entre as cidades seja pequena, a responsabilidade pela organização e manutenção dos patinetes recai sobre Sorocaba, que permitiu a implementação do serviço.
Os patinetes estão supostamente distribuídos em “pontos de estacionamentos virtuais”, que podem ser localizados via aplicativo da Jet, disponível para Android e iOS. No entanto, a prática demonstra que esses pontos são ineficazes ou inexistentes na prática, resultando em patinetes largados em locais aleatórios. A falta de terminais físicos, como ocorre com as bicicletas do Integrabike, agrava a situação, evidenciando uma falha na infraestrutura e na organização do sistema.
O uso dos patinetes é restrito a maiores de 18 anos e é proibido transportar mais de uma pessoa por vez. A empresa Jet, responsável pelo serviço, define os critérios de operação e localização dos patinetes, enquanto a Urbes, órgão municipal, é responsável pela gestão do sistema. A fiscalização, por sua vez, cabe à Secretaria de Mobilidade (Semob). No entanto, a falta de fiscalização eficaz e a ausência de pontos de controle físico têm resultado em um cenário caótico.
Os patinetes são equipados com um sistema de controle de velocidade via GPS, limitando a velocidade máxima de acordo com a área de circulação. Nas ciclovias e ciclofaixas, a velocidade máxima é de 20 km/h, enquanto em áreas de tráfego compartilhado com pedestres, é de 6 km/h. Em zonas de velocidade controlada, os patinetes automaticamente reduzem a velocidade. Apesar dessas medidas, a falta de fiscalização e a desorganização na distribuição dos veículos colocam em risco a segurança dos usuários e pedestres.
Além dos problemas operacionais, as tarifas variáveis de locação, que podem chegar a R$ 0,89 por minuto, levantam questões sobre a acessibilidade e a inclusão do serviço. O pagamento é feito exclusivamente via aplicativo, aceitando cartão de crédito ou Pix, o que pode limitar o acesso de pessoas sem esses recursos.
A Jet disponibiliza canais de contato para suporte aos usuários, incluindo e-mail e telefone com WhatsApp e Telegram.
A situação dos patinetes em Sorocaba revela uma iniciativa que, embora promissora, falhou em sua execução. A ausência de pontos de retirada e devolução, a desorganização na distribuição dos equipamentos e a falta de fiscalização eficiente resultam em um cenário de caos e abandono. É essencial que a prefeitura e a empresa Jet tomem medidas urgentes para corrigir essas falhas, garantindo a segurança dos usuários e a organização do serviço.