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O sorocabano Wellington Luiz Firmino, condenado por sua participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 no Brasil, foi preso nesta segunda-feira (18) na região de Jujuy, no noroeste da Argentina. Ele foi capturado pela Gendarmería Argentina enquanto tentava atravessar a fronteira com o Chile, no posto fronteiriço de Jama, utilizando uma moto.
De acordo com autoridades argentinas, ao ser detido, constatou-se uma ordem de captura internacional contra Firmino, solicitada pela Justiça brasileira. Ele foi levado a um posto da Gendarmería para aguardar a comunicação formal às autoridades argentinas e brasileiras. Com sua prisão, subiu para três o número de brasileiros foragidos capturados na Argentina relacionados aos ataques de 8 de janeiro.
Firmino, condenado a 17 anos de prisão no Brasil pelos crimes de abolição do estado democrático, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa e deterioração de patrimônio tombado, publicou vídeos nas redes sociais após sua prisão. Ele admitiu que estava fugindo para o Chile e que pretendia seguir até os Estados Unidos, provavelmente por vias terrestres. “Minha ideia era fugir, mas com o nome na Interpol, fui preso na primeira passagem pela polícia”, declarou.
Em suas declarações, Firmino criticou o STF (Supremo Tribunal Federal) e associou, sem apresentar provas, os mandados de prisão à ausência do presidente argentino, Javier Milei, que estava no Brasil para compromissos do G20. Ele ainda ironizou sua situação ao beber mate enquanto aguardava a comunicação oficial com o juiz do caso.
Firmino foi um dos indivíduos que se filmaram no topo da torre do Congresso Nacional durante os atos golpistas. Em 2024, ele havia solicitado refúgio na Argentina, onde o número de brasileiros pedindo proteção vinha crescendo. Até outubro deste ano, 185 pedidos de refúgio de brasileiros haviam sido registrados no país, um aumento expressivo em relação aos três pedidos feitos em 2023.
A prisão de Firmino fez parte dos esforços coordenados entre o Brasil e a Argentina para capturar e julgar os foragidos. A decisão sobre os pedidos de extradição está nas mãos do juiz federal argentino Daniel Rafecas, responsável por emitir os mandados contra os 61 brasileiros solicitados pela Justiça brasileira. O processo incluía audiências individuais, cujas datas ainda não haviam sido definidas, e a possibilidade de apelação à Corte Suprema da Argentina.
O governo de Javier Milei, por meio do porta-voz Manuel Adorni, afirmou que seguiria as decisões judiciais no caso. Apesar da proximidade política de Milei com Jair Bolsonaro, o governo argentino declarou que as questões relacionadas à extradição seriam tratadas de maneira estritamente jurídica.
A prisão de Wellington Firmino, sorocabano, marcou mais um capítulo na busca por responsabilização dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, reforçando a colaboração entre os dois países para garantir que os condenados respondessem por seus crimes.