|
Getting your Trinity Audio player ready...
|
A Prefeitura de Votorantim, sob a gestão do prefeito Weber Manga (Republicanos), enfrenta um cenário financeiro delicado, com a alegação de que encontrou um “rombo” nas finanças do município, conforme declarado pelo próprio prefeito em coletiva de imprensa no dia 6 de janeiro. Segundo Weber, a administração anterior, comandada por Fabíola Alves (PSDB), utilizou recursos destinados à folha de pagamento dos servidores para financiar obras, como a pavimentação de ruas e a construção de uma marquise na Praça de Eventos Lecy de Campos.
O secretário de Finanças, João Luis de Sousa, detalhou que, durante o processo de transição, os relatórios apresentados indicaram que havia dívidas, mas a reserva para quitá-las parecia suficiente. No entanto, ao assumir o cargo, o novo governo encontrou uma realidade financeira diferente da mostrada nos documentos. Uma das maiores pendências é o pagamento das férias de servidores municipais, especialmente dos profissionais da educação, no valor de cerca de R$ 5 milhões.
A falta de recursos financeiros comprometeu o pagamento das férias, que estavam previstas para o final de dezembro, e o valor devido aos servidores ainda não foi quitado. O pagamento, de acordo com a prefeitura, deve ser regularizado até o final de janeiro. Além disso, a prefeitura enfrenta dificuldades para honrar compromissos com fornecedores e rescisões de ex-funcionários. O prefeito mencionou que está tomando medidas para tentar resolver o problema, como o lançamento dos carnês do IPTU no site da prefeitura para acelerar a arrecadação.
Em resposta às alegações de Weber Manga, a ex-prefeita Fabíola Alves contestou as declarações em nota oficial, afirmando que a transição foi realizada de forma transparente e que o cenário financeiro não era tão crítico quanto o relatado. Fabíola destacou que seu governo cumpriu os requisitos constitucionais e terminou com recursos em caixa, além de provisionamentos adequados para a folha de pagamento. Ela também afirmou que as receitas de janeiro, que entram gradualmente nos cofres públicos, ajudariam a resolver a situação financeira.
Fabíola chamou a postura de Weber de precipitada, criticando a falta de compreensão do novo prefeito sobre o sistema financeiro da cidade. Ela ironizou as declarações de Weber em suas redes sociais, sugerindo que ele buscasse ajuda para entender melhor a administração pública.
Por outro lado, Weber Manga, que assumiu o cargo em 1º de janeiro, se desculpou publicamente e comprometeu-se a manter os serviços essenciais e cumprir os direitos dos servidores, embora tenha reconhecido que a situação financeira atual exigirá atenção e responsabilidade. A administração também está considerando a possibilidade de contrair empréstimos para resolver a crise.
O cenário financeiro de Votorantim segue instável e, segundo o prefeito, deverá continuar desafiador até pelo menos março, o que pode atrasar a execução de alguns projetos inicialmente planejados. As providências tomadas pela gestão visam equilibrar os recursos, mantendo o pagamento dos servidores e o funcionamento dos serviços essenciais, enquanto obras e pagamentos não emergenciais são reduzidos ou parcelados.
O futuro da cidade de Votorantim dependerá de como o atual governo lidará com essas pendências e de como as receitas de janeiro impactarão o caixa municipal. O equilíbrio entre a gestão fiscal responsável e a continuidade dos serviços será o principal desafio para a administração de Weber Manga nos próximos meses.
