Matheus Santiago: O café está caro! Culpa do governo ou desculpa esfarrapada?

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Os brasileiros amanhecem todos os dias com uma notícia amarga: o café, item essencial na mesa da população, está cada vez mais caro. O aumento nos preços do grão tem sido atribuído a fatores climáticos, à alta demanda internacional e aos custos de produção. Mas será que o governo federal, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não tem responsabilidade nessa escalada que pesa no bolso do consumidor?

A omissão do governo diante da crise

Enquanto produtores enfrentam dificuldades com secas severas e custos elevados, o governo federal parece distante da realidade do campo. A falta de políticas públicas eficientes para o setor cafeeiro expôs os agricultores a uma situação crítica. O incentivo à produção e o subsídio aos insumos essenciais ficaram apenas no discurso, e os cafeicultores foram obrigados a repassar os custos ao consumidor.

O resultado? O preço médio do café moído subiu 16,6% nos últimos 12 meses, muito acima da inflação geral do país. Se o governo estivesse realmente preocupado com a economia popular, teria implementado medidas para conter essa alta, como incentivos fiscais ou apoio direto aos produtores. Mas, ao que tudo indica, a gestão prefere jogar a culpa no “mercado internacional” e lavar as mãos.

O peso da política econômica

O governo Lula apostou em uma política econômica que não aliviou o peso da inflação dos alimentos. A desvalorização do real frente ao dólar encareceu ainda mais os insumos agrícolas, tornando o custo de produção do café uma bomba-relógio para o setor. O preço dos fertilizantes, por exemplo, subiu mais de 100% em alguns casos, e o governo simplesmente assistiu de camarote.

O presidente e sua equipe poderiam ter adotado medidas emergenciais para frear os preços, como redução de tributos para importação de insumos ou crédito facilitado para os produtores. Mas, em vez disso, as decisões políticas se limitaram a discursos otimistas e promessas vazias.

A desculpa esfarrapada das commodities

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, tentou justificar o aumento dos preços alegando que as commodities estão valorizadas no mercado internacional. Mas, sejamos honestos: essa narrativa é conveniente para quem quer desviar o foco da falta de ação do governo. Outros países produtores de café, como Colômbia e Vietnã, enfrentam os mesmos desafios climáticos e de mercado, mas adotaram políticas de contenção para evitar impactos tão brutais no consumidor final.

Aqui, no entanto, o governo prefere ignorar o problema e tratar a alta dos preços como um fenômeno incontrolável. O consumidor brasileiro que pague a conta – literalmente.

E agora, quem paga o café?

O brasileiro médio, já castigado por sucessivos aumentos no custo de vida, se vê agora obrigado a gastar mais para garantir o cafezinho de todo dia. E, enquanto isso, o governo segue sem apresentar soluções concretas para aliviar o bolso da população.

Fica a pergunta: até quando o consumidor terá que aceitar essas desculpas? Afinal, se a culpa pelo café caro é do mercado internacional, o que o governo está fazendo para minimizar esse impacto? Até agora, a resposta tem sido: nada.

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