Na manhã deste sábado, 21 de junho, um balão tripulado pousou em uma área de campo aberto no bairro do Éden, em Sorocaba. A aeronave havia decolado de Boituva com 15 pessoas a bordo, sendo dez delas paraquedistas que saltaram ao longo do voo. O pouso chamou a atenção de moradores locais e gerou especulações sobre um possível incidente, principalmente em meio à repercussão nacional de outros acidentes envolvendo balões nos últimos dias.
Vídeos registrados por moradores mostraram o balão voando baixo sobre a região antes de tocar o solo, por volta das 8h40, na Avenida Joseph Cyril Bamford. O pouso ocorreu em uma área descampada, com vegetação e criações de gado, o que, segundo o piloto William Aguilar, de 46 anos, foi uma escolha estratégica e dentro das normas de segurança estabelecidas pela Confederação Nacional de Balonismo (CNB).
Aguilar, experiente piloto e responsável pelo voo, negou que tenha ocorrido qualquer emergência. Ele explicou que o lançamento dos paraquedistas deixou o balão mais leve, o que naturalmente levou a uma descida mais lenta e controlada. “Decidimos por uma descida natural, em um local com fácil acesso e sem obstáculos. O balão pousou em pé, sem qualquer intercorrência”, afirmou.
A versão do piloto é corroborada pela Associação de Balonismo de Boituva, que informou que o voo estava devidamente autorizado e registrado na plataforma de comunicação de voos da Prefeitura de Boituva. Em nota, a entidade esclareceu que o pouso em Sorocaba não é considerado emergência e que a manobra foi compatível com as condições de vento e com a dinâmica da atividade de paraquedismo.
Apesar disso, a Polícia Militar, que foi acionada por moradores, informou à imprensa que tratou o caso como um “pouso de emergência”, citando a força do vento como fator determinante para o desvio de rota. A corporação, no entanto, confirmou que ninguém ficou ferido e que todos os ocupantes foram resgatados com segurança.
O episódio ganhou ainda mais destaque por ter ocorrido no mesmo dia em que um acidente fatal com balão foi registrado em Praia Grande, Santa Catarina, deixando oito mortos. Também na semana anterior, um outro balão caiu em Capela do Alto, a cerca de 40 km de Sorocaba, vitimando uma mulher e ferindo outras 11 pessoas. Essas coincidências aumentaram o clima de apreensão entre a população e chamaram a atenção para os riscos associados à prática.
Diante da repercussão, o presidente da Confederação Brasileira de Balonismo, Johnny Alvarez, reforçou que pousos em áreas descampadas são comuns e fazem parte dos protocolos de segurança do esporte. “O balão pode pousar em pé ou deitado, dependendo das condições. O importante é que o piloto tenha domínio da situação, e, nesse caso, tudo ocorreu conforme previsto”, afirmou.
O balão foi recolhido por uma equipe de apoio e os tripulantes foram levados de volta para Boituva. Embora o episódio tenha causado apreensão inicial entre moradores, a operação foi concluída sem incidentes, feridos ou danos materiais. Ainda assim, o aumento de ocorrências recentes reacende o debate sobre a regulação, fiscalização e segurança das atividades de balonismo no Brasil.