A liberdade de imprensa é uma das maiores conquistas da democracia. Foi por meio dela que sociedades inteiras avançaram, governos foram cobrados, injustiças vieram à tona e o cidadão passou a ter voz e vez. O jornalismo livre não existe para agradar, mas para informar. Não tem lado político, tem lado público. E, justamente por isso, é alvo constante de quem prefere o silêncio à transparência, o segredo à verdade e a ameaça à responsabilidade.
Nos últimos tempos, temos assistido a uma escalada preocupante de ataques contra a imprensa em todo o país. Ameaças, processos abusivos, campanhas de difamação e até agressões físicas se tornaram armas usadas para tentar calar jornalistas e veículos que cumprem sua missão de fiscalizar o poder. São ataques que não partem de críticos comuns, mas muitas vezes de autoridades eleitas, que deveriam ser as primeiras a zelar pela liberdade de expressão e pelo direito do povo à informação.
Infelizmente, esse tipo de comportamento chegou também a Araçoiaba da Serra. Durante a 33ª sessão da Câmara Municipal, a vereadora Thielle da Saúde, ao se incomodar com matérias publicadas pelo Jornal Expresso, reagiu com uma frase que revela mais do que simples desagrado: “Nos vemos na Justiça, Expresso.” A declaração, feita em tom de ameaça, é grave. Quando um agente público usa a tribuna — um espaço que pertence à população — para intimidar um veículo de comunicação, não ataca apenas um jornal. Ataca a liberdade de imprensa, a transparência e o próprio direito do cidadão de ser informado.
As reportagens que tanto incomodaram a vereadora não são baseadas em boatos ou opiniões pessoais. São matérias sustentadas em fatos, documentos oficiais e dados públicos, como sempre foi o padrão de atuação do Jornal Expresso. Desde a sua fundação, o Expresso trabalha com rigor, ética e responsabilidade. Nenhuma publicação é feita sem apuração detalhada, verificação e compromisso com a verdade. Essa é a essência do jornalismo profissional — o mesmo jornalismo que incomoda quem se acostumou à ausência de fiscalização.
Mais lamentável ainda foi o comentário machista feito pelo marido da vereadora em uma das publicações do Expresso, dirigido de forma ofensiva ao jornalista responsável pelas matérias. Um comportamento deplorável, que não apenas tenta desqualificar o trabalho jornalístico, mas também revela o desrespeito de quem confunde crítica pública com ataque pessoal. O machismo e a intolerância não têm lugar em um debate democrático. Quando a reação à notícia é a ofensa, e não a explicação, é porque os argumentos se esgotaram.
O Jornal Expresso reafirma que não se intimida. A ameaça judicial, o ataque verbal ou a ofensa pessoal não mudam o rumo do nosso trabalho. O compromisso do Expresso é com o leitor, com a verdade e com a transparência. O jornalismo que se curva ao medo deixa de cumprir sua missão. E nós não aceitaremos que o medo seja um método de controle.
O papel da imprensa é fiscalizar, cobrar e expor o que está sendo feito com o dinheiro e o poder que pertencem ao povo. É incomodar, quando necessário. É provocar reflexão, quando o discurso político tenta substituir a realidade. Nenhum político, seja qual for o cargo que ocupe, tem o direito de ameaçar jornalistas por fazerem o seu trabalho. O verdadeiro representante do povo deveria celebrar a liberdade de imprensa, e não atacá-la.
O Expresso seguirá firme, como sempre fez, acreditando que a verdade não teme a investigação. Seguiremos publicando o que for de interesse público, doa a quem doer. Continuaremos informando com base em documentos, fatos e provas. Seguiremos dando voz ao cidadão e mantendo acesa a chama da responsabilidade pública.
A imprensa livre é incômoda, mas é essencial. Ela é o farol que ilumina o que muitos preferem manter nas sombras. Ameaças, ofensas ou tentativas de censura jamais nos farão recuar. Porque o jornalismo que se cala diante da pressão trai a democracia e o direito da sociedade de saber a verdade.
O Jornal Expresso não se dobra. Não se cala. Não recua.
E seguirá firme — do lado da verdade, da ética e da liberdade.

