Advogado de PMs suspeitos de executar delator do PCC sofre atentado a tiros em Sorocaba

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O advogado Mauro Ribas Júnior, de 38 anos, que defende policiais militares acusados da execução do delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), Vinícius Gritzbach, sofreu um atentado a tiros na noite do último sábado (1º) em Sorocaba. O crime ocorreu no bairro Quintais do Imperador e, até o momento, os suspeitos não foram identificados.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), Ribas Júnior dirigia um VW Saveiro vermelho quando foi surpreendido por três homens armados, que dispararam contra o veículo. Os tiros atingiram os vidros do carro, e o advogado sofreu ferimentos no rosto devido aos estilhaços, mas não foi atingido pelos disparos.

Segundo o boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada via Copom e encontrou o veículo no acostamento da Rodovia Raposo Tavares, próximo ao Hospital Regional Adib Jatene. O advogado estava desacordado e recebeu os primeiros socorros de enfermeiros do hospital, sendo posteriormente encaminhado para um hospital particular, onde foi medicado e liberado. Na sequência, prestou depoimento à polícia.

OAB cobra rigor nas investigações

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo se manifestou em nota oficial, repudiando o atentado e cobrando providências das autoridades. O presidente da OAB SP, Leonardo Sica, afirmou que entrou em contato com o delegado-geral da Polícia Civil, Artur José Dian, para exigir celeridade nas investigações. O delegado teria assegurado que o caso está sendo tratado como prioridade e que uma equipe especial foi designada para esclarecer o ocorrido.

A subseção da OAB Sorocaba também divulgou um comunicado informando que acompanhará de perto as investigações e prestará assistência ao advogado. A entidade reforçou a necessidade de proteção aos profissionais da advocacia que estejam em situação de risco.

Relação com caso de delator do PCC é incerta

Mauro Ribas Júnior atua na defesa de policiais militares envolvidos em diversos casos, incluindo o dos três PMs suspeitos de executar Vinícius Gritzbach no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em novembro de 2024. Gritzbach, que já havia sido preso em 2022 por envolvimento em um assassinato encomendado dentro da facção criminosa, tornou-se delator e forneceu informações ao Ministério Público sobre corrupção policial e esquemas ligados ao crime organizado.

Apesar da coincidência entre os casos, a OAB Sorocaba afirmou que ainda não há indícios concretos de que o atentado contra o advogado esteja relacionado à defesa dos PMs acusados.

Polícia analisa imagens de câmeras de segurança

A Polícia Civil segue investigando o atentado e busca imagens de câmeras de segurança que possam ajudar na identificação dos autores. No local dos disparos, nenhum cartucho foi encontrado, mas dentro do veículo do advogado foram recolhidos dois estojos de munição e um projétil, cujas origens ainda estão sendo analisadas.

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