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Um ano após a polêmica envolvendo a entrega de ovos de Páscoa com mofo para alunos da rede municipal, a Prefeitura de Iperó voltou a distribuir os tradicionais chocolates às crianças em 2025. A entrega aconteceu nesta quinta-feira (17) e contemplou cerca de 7.300 estudantes de 22 unidades, entre escolas, creches, projetos educacionais e a APAE.
Em 2024, a distribuição de ovos de Páscoa se tornou um episódio negativo para a gestão municipal. Diversas unidades escolares relataram a presença de mofo nos chocolates entregues pela administração, gerando revolta entre pais e responsáveis. A denúncia levou à suspensão imediata da entrega dos produtos e à abertura de uma investigação para apurar as falhas no processo de aquisição e distribuição dos alimentos.
A repercussão do caso expôs falhas graves na logística e na fiscalização dos itens fornecidos aos alunos da rede pública. Na época, pais denunciaram não apenas o estado dos chocolates, mas a falta de cuidado com a saúde das crianças. O caso gerou ampla cobertura da imprensa regional e duras críticas à condução do processo por parte do Executivo municipal.
Agora, em 2025, a gestão tenta virar a página com uma nova distribuição. No entanto, a memória do episódio anterior ainda está fresca na população. Embora não tenham sido registrados problemas com os produtos deste ano até o momento, o histórico recente levanta questionamentos sobre os critérios de escolha de fornecedores e o controle de qualidade por parte da Prefeitura.
Sem apresentar publicamente os laudos de qualidade dos ovos distribuídos neste ano ou medidas corretivas adotadas após o erro de 2024, a administração parece mais interessada em apagar a mancha do passado do que em assumir responsabilidades de forma transparente. A presença de personagens fantasiados de coelho nas escolas pode até ter gerado momentos de descontração, mas não substitui a necessidade de garantir segurança e respeito aos alunos e suas famílias.
O caso, que poderia ter sido evitado com medidas básicas de controle e fiscalização, continua sendo um marco negativo na relação entre o poder público e a comunidade escolar. A entrega deste ano, apesar de aparentemente sem intercorrências, ainda carrega o peso da desconfiança.