O governo brasileiro acompanha a movimentação de três destróieres da Marinha dos Estados Unidos que se deslocam para a região do Caribe, próximos à costa da Venezuela. A operação militar foi determinada pelo presidente norte-americano Donald Trump sob a justificativa de intensificar o combate ao narcotráfico na América Latina.
As embarcações destacadas são o USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson, todas da classe Arleigh Burke. Equipados com o sistema de combate Aegis, os navios possuem capacidade para lançar mísseis de longo alcance, além de operar contra aeronaves, submarinos e alvos terrestres. A operação envolve ainda um contingente estimado em 4 mil militares, além de aeronaves de reconhecimento P-8 Poseidon e um submarino de ataque com propulsão nuclear.
Segundo informações de agências internacionais, os navios permanecem em águas internacionais e devem se posicionar no sul do Caribe ao longo desta semana.
Reação venezuelana
Em resposta à movimentação, o presidente Nicolás Maduro anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos em todo o território nacional. As milícias, formadas por reservistas e criadas no governo de Hugo Chávez, foram acionadas para atuar em apoio às Forças Armadas. Maduro classificou a presença norte-americana como uma “ameaça imperial” e prometeu defender a soberania do país.
Na semana passada, os Estados Unidos também ampliaram de US$ 15 milhões para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro, acusado por Washington de liderar um cartel de narcotráfico.
Posição do Brasil
O Palácio do Planalto e as Forças Armadas informaram que o Brasil mantém monitoramento constante da situação. Fontes militares afirmam que não há risco imediato à fronteira, que permanece estável, mas destacam que o país tem condições de reforçar a presença na região caso seja necessário.
As avaliações estão a cargo do Itamaraty e do Ministério da Defesa, que analisam os desdobramentos diplomáticos e de segurança. Por enquanto, o governo brasileiro não prevê manifestações públicas sobre a crise.