A polêmica sobre a estrutura e os recursos do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Iperó ganhou força após a médica psiquiatra Dra. Josiane Rowe, vítima de agressão com golpes de faca durante atendimento no local, publicar um vídeo em suas redes sociais denunciando o sucateamento do serviço e alegando baixo repasse de verbas para atender à demanda.
A repercussão fez a frase “Cadê o dinheiro do CAPS” se espalhar nas redes sociais, simbolizando o questionamento público sobre a aplicação dos recursos destinados à saúde mental no município. O prefeito Léo Folim chegou a publicar um vídeo com o mesmo título, repetindo as informações que constam em uma nova nota oficial divulgada pela administração municipal.
No documento, a Prefeitura afirma que o CAPS de Iperó é classificado como CAPS-I e recebe do Ministério da Saúde o valor mensal de R$ 42.994,00, conforme a Portaria GM/MS nº 5.500 de 24 de outubro de 2024. Esse montante, segundo a gestão, representa apenas 43,65% da demanda básica. Para suprir o restante, o município afirma investir recursos próprios, totalizando uma média mensal de R$ 98.500,25, sem incluir despesas com medicamentos e internações.
A nota ainda destaca que todos os gastos passam por fiscalização dos órgãos competentes e são apresentados em audiências públicas. O detalhamento das despesas, de acordo com o texto, pode ser solicitado por qualquer cidadão a qualquer tempo.
Outro ponto abordado foi a habilitação de Iperó, no dia 7 de agosto de 2025, no processo de seleção do PAC para a construção de um novo CAPS-I, fato que a Prefeitura cita como demonstração de compromisso com a melhoria dos serviços de saúde mental.
Sobre a alegada falta de medicamentos, a administração municipal informou que não há desabastecimento de medicamentos controlados, incluindo os de alto custo. Apenas dois itens, não enviados pelo Governo do Estado, estão indisponíveis por terem sido descontinuados pela Anvisa.
A Prefeitura também reiterou que não pode divulgar informações sobre procedimentos administrativos envolvendo menores de idade, em razão do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Federal nº 8.069/1990), sob pena de infração administrativa.
Por fim, a gestão municipal manifestou solidariedade à médica agredida e reafirmou seu compromisso com a transparência, a legalidade e a melhoria contínua dos serviços públicos de saúde mental.
Assinam a nota:
Paula de Freitas Borges Rodrigues (CAPS);
Fanny Goda (Farmacêutica);
Tatiane da Silva Caldeira (Auxiliar do Departamento Pessoal – Recursos Humanos);
Márcio Alves dos Santos (Tesoureiro);
Sulevan Aparecido Cruz Silva (Secretário de Educação);
Bruna Letícia Oliveira Curvêlo (Secretária de Administração e Finanças);
Lucio Gonçalves da Silva Filho (Secretário de Saúde).