Uma menina de cinco anos, identificada como Maria Clara Aguirre Lisboa, foi encontrada morta nesta terça-feira (14) enterrada e concretada no quintal da casa onde vivia com a mãe e o padrasto, em Itapetininga, no interior de São Paulo. O caso chocou a cidade e mobiliza as autoridades locais.
Segundo a Polícia Civil, a criança estava desaparecida havia várias semanas. Durante as buscas, os investigadores chegaram ao endereço do padrasto, Rodrigo Ribeiro Machado, onde localizaram a mãe da menina, Luiza Aguirre Barbosa da Silva. Ambos foram levados para prestar depoimento e acabaram confessando o crime.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Franco Augusto, o casal admitiu que a menina era constantemente agredida e afirmaram que ela “atrapalhava” a vida deles. As investigações apontam que a vítima sofria agressões frequentes e tortura psicológica, e que uma rebitadeira com manchas de sangue foi apreendida no local.
A polícia informou que o crime ocorreu há cerca de 20 dias. Após a morte, os dois demoraram cerca de dois dias para ocultar o corpo, que foi enterrado no quintal e coberto com concreto. Ferramentas utilizadas para cavar a cova também foram recolhidas e enviadas para perícia.
A descoberta do corpo só foi possível graças a uma denúncia da avó paterna, que procurou o Conselho Tutelar e a polícia após desconfiar das versões apresentadas pela mãe da menina.
A Justiça decretou a prisão temporária de 30 dias para Luiza e Rodrigo, que devem responder pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver. O laudo necroscópico irá determinar as causas exatas da morte.
O delegado não descarta a possibilidade de outras pessoas estarem envolvidas, incluindo familiares que moravam na casa. As investigações continuam sob responsabilidade da Delegacia de Itapetininga, com acompanhamento da Delegacia Seccional de Sorocaba.
O caso provocou grande comoção entre moradores da cidade e levantou questionamentos sobre falhas na proteção à infância e o acompanhamento de denúncias anteriores envolvendo a família.