Cuidador é investigado por abuso sexual e agressão em escola municipal de Sorocaba

Um cuidador especializado que atuava em uma escola municipal de Sorocaba foi afastado do cargo após denúncias de abuso sexual e agressão contra uma criança de 9 anos com deficiência. O caso, registrado em boletim de ocorrência e comunicado à Secretaria da Educação (Sedu), aconteceu em uma unidade da Vila Angélica e está sendo investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) do município.

De acordo com o relato da mãe, o filho — que possui diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), microcefalia, paralisia cerebral e déficit de atenção — começou a apresentar mudanças bruscas de comportamento após o início do convívio com o cuidador, contratado por meio de uma empresa terceirizada.

A mulher contou que o menino passou a regredir em seu desenvolvimento, voltou a usar fraldas e demonstrava medo de ir à escola. Segundo o boletim, a criança relatou em sessões terapêuticas que era xingada, beliscada e tocada de forma indevida pelo funcionário, dentro do banheiro localizado nos fundos da unidade escolar.

Ainda segundo a mãe, a Sedu foi procurada em 29 de agosto, mas ela não teria recebido retorno imediato. O boletim de ocorrência foi registrado no mês seguinte, e uma nova manifestação foi enviada à secretaria em 6 de outubro. “Com toda essa gravidade, até agora ninguém me procurou para saber do meu filho”, disse a mãe, que preferiu não se identificar.

O Conselho Tutelar e a equipe de escuta especializada acompanham o caso. Em relatório, o órgão registrou que a criança teria mostrado marcas de beliscões aos terapeutas, o que reforçou o pedido de apuração.

O que diz a Prefeitura

Em nota, a Secretaria da Educação de Sorocaba afirmou que o cuidador foi afastado imediatamente após o recebimento da denúncia e que acompanha o caso por meio da rede de proteção. A pasta informou que, no dia 29 de setembro, a mãe recebeu informações sobre os procedimentos adotados e que, desde então, não houve novo contato por parte dela.

A Sedu destacou ainda que em 1º de outubro foi emitido um ofício determinando a revisão da documentação de todos os acompanhantes terapêuticos que atuam nas escolas municipais, conforme a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015).

A Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-SP) confirmou que o caso é apurado pela DDM de Sorocaba e que diligências estão em andamento. Até o momento, não há registro de outros boletins de ocorrência contra o investigado.

A Prefeitura reforçou que não compactua com nenhuma forma de violência e que colabora integralmente com as autoridades policiais. Por envolver menor de idade, o caso segue sob sigilo.

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