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Nos últimos dias, as redes sociais do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foram alvo de uma onda de comentários negativos promovidos por seguidores de Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo. Os ataques ganharam força após Marçal cunhar o apelido “goiabinha” para se referir ao governador, insinuando que Tarcísio seria “verde por fora e vermelho por dentro”, uma crítica comum entre conservadores, associando a cor verde ao patriotismo e o vermelho à esquerda.
A tensão entre ambos escalou após a divulgação de uma pesquisa Datafolha, que apontou a estagnação de Marçal nas intenções de voto e o aumento de sua rejeição. Ao lado do prefeito Ricardo Nunes (MDB), seu candidato à reeleição, Tarcísio disse que o influenciador “está derretendo”.
Em resposta, Marçal fez publicações nas redes sociais, afirmando que devolveria qualquer ataque feito a ele. Em um vídeo, reforçou o apelido e mencionou que espera “retirar o apelido até o fim da eleição”, mas que, por enquanto, Tarcísio ficaria conhecido como “goiabinha”. Além disso, Marçal tem criticado o apoio de Tarcísio a Nunes, considerado por muitos de seus seguidores como um “comunista” ou “esquerdista”.
O episódio foi agravado com um confronto durante o debate no Flow Podcast, onde Marçal foi expulso após seu assessor agredir o marqueteiro de Nunes, Duda Lima. Tarcísio, por sua vez, se absteve de comentar diretamente sobre o apelido, mas fez críticas à falta de respeito nos debates eleitorais, sem citar o nome de Marçal.
A animosidade entre Marçal e Tarcísio vem crescendo desde que o governador o mencionou em uma gravação para a campanha de Nunes, onde o acusou de ser “a porta de entrada para Boulos”, outro candidato de esquerda. Marçal, em reação, acusou Tarcísio de prejudicar sua própria carreira política e o chamou de “criatura” criada pelo apoio de Bolsonaro. Segundo o influenciador, o governador enfrentará sérios problemas eleitorais em 2026 se continuar com seus ataques.
A disputa entre ambos não se limita à Prefeitura de São Paulo, mas reflete uma briga pela liderança da direita. Marçal, que se considera um dos principais representantes do conservadorismo no estado, já sinalizou interesse em disputar a presidência em 2026, caso Bolsonaro fique inelegível. Mesmo com as críticas, 37% dos eleitores de Tarcísio nas eleições de 2022 planejam votar em Marçal, de acordo com a última pesquisa Datafolha.
Apesar da pressão, Tarcísio continua firme no apoio a Nunes, reforçando sua presença em eventos de campanha e participando de publicações que promovem a reeleição do prefeito. Em um evento recente, Nunes elogiou a lealdade do governador, destacando a importância de sua parceria política.