Se cobrir, vira circo; se cercar vira hospício!

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Olha, meus filhos, se vocês acham que novela mexicana é um drama, é porque ainda não acompanharam a política em Araçoiaba da Serra! Aqui, meus queridos, a trama é mais enrolada que o romance de Dona Flor e seus dois maridos e mais recheada que o meu caldo de feijão. No último “jorna” que esta velha aqui participou, comentei, brincando, que ia lançar minha candidatura, porque, vejam só, tínhamos na cidade nada mais, nada menos que 56 (sim, eu disse 56!) candidatos a vereador que estavam com PEDIDO de impugnação pelo nosso glorioso Ministério Público Eleitoral! Isso mesmo, 56, um número tão grande que parece uma convocação para um baile de formatura, só que com menos glamour e muito mais drama. A lista inclui de tudo, de TODOS os partidos – tanto da situação quanto da oposição.

E como se não bastasse, um dos candidatos a prefeito, num surto de genialidade e falta de interpretação de texto digno de reality show, gravou um vídeo – que mais parecia um episódio perdido de ‘Os Trapalhões’ – em que ele e seus papagaios de pirata alegavam que a notícia sobre os pedidos de impugnação era… adivinhem só… fake news! Agora, se o candidato não sabe interpretar um texto e distinguir pedido de impugnação de impugnados, imagine se consegue governar uma cidade! Agora, imaginem essa velha aqui, sentada na varanda, tomando meu chazinho da noite (sem açúcar, porque açúcar envelhece), vendo tal cena. Minha dentadura quase caiu quando vi o tal candidato jogando jornais para o alto, como se estivesse invocando espíritos. Foi uma cena de arrepiar até o mais careca! Achei que estava presenciando um funeral em versão política – só faltou a trilha sonora de filme de terror e uma coruja piando ao fundo. Mas, claro, meus amores, a palhaçada não parou por aí. Não, não! O show continuou! O candidato “forasteiro”, ops, prefeito, até parecia que estava sendo pressionado pelos nobres candidatos papagaios, ops, vereadores, a gravar aquele vídeo de comédia política.

Agora, mudando de pato para ganso (ou seria de ganso para pato? Olha, tanto faz, ambos fazem barulho igual), vou contar para vocês a história mais triste do cenário político: a candidata a vereadora que, achando que era a fofoqueira oficial da cidade, decidiu espalhar fake news contra o “prefeitão” e agora está com um boleto de R$ 5 mil nas mãos. Pobre alma! Nem o bolo mais doce da Dona Benta seria suficiente para resolver essa enrascada. A Justiça Eleitoral, numa exibição de eficiência, concluiu que as acusações eram falsas, mais falsas do que nota de três reais. E aí, não teve jeito, meus filhos: as mensagens difamatórias tiveram que ser removidas, e o Facebook – esse grande amigo dos memes e das fake news – foi obrigado a agir. O juiz da Zona Eleitoral, com uma canetada digna de novela, impôs uma multa “simbólica e singela” de R$ 5 mil. Apenas cinco mil reais, meus amores. Olha, belo preço para uma fofoca mal feita, hein?

Mas agora vem a cereja do bolo. O gran finale foi outra peripécia digna de uma comédia pastelão: uma página no Facebook, que se acha um jornal – jornal esse que ninguém nunca viu uma folha impressa sequer (seria tão bom usar esse jornal para forrar a gaiola do meu papagaio) – resolveu contratar uma pesquisa eleitoral, apenas para prefeito. Eles contrataram uma pesquisa tão séria, mas tão séria, que a metodologia parecia receita de bolo de caixinha. E a moça, coitada, anunciava a pesquisa a cada cinco segundos, parecia até aqueles comerciais da Jequiti que apareciam do nada, ou mesmo como se fosse uma promoção de Black Friday. Até que, em um belo dia, um juiz eleitoral, cansado da palhaçada, decidiu suspender a divulgação de tal pesquisa. O golpe final do espetáculo foi quando a mesma candidata – que se auto intitula dona do “jornal” – foi pega com a boca na botija, contrariando a lei eleitoral que proíbe candidatos de estarem envolvidos em veículos de comunicação. Gente, parecia até um desenho animado, daqueles em que o vilão monta uma armadilha perfeita… e acaba caindo nela!


Olha, meus queridos, vou dizer uma coisa: a política em Araçoiaba da Serra é um verdadeiro circo, ou até mesmo um hospício, às vezes com cenas de terror noturno, mas nada demais. Aqui, se você não tem habilidade de trapezista ou de gerenciamento de medicamentos controlados, é melhor nem tentar. Porque o circo está armado e as loucuras estão longe de acabar.

Nota: Este texto é uma peça única e exclusiva de humor e sátira. Qualquer semelhança com eventos reais é mera coincidência e não deve ser interpretada como afirmação de fatos. A intenção é apenas divertir e entreter, sem prejudicar ninguém.

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