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Em uma operação de grande escala realizada nesta terça-feira (1), a Polícia Federal, em conjunto com a Receita Federal, deflagrou a “Operação iFraud”, com o objetivo de combater um esquema criminoso de importação e comércio fraudulento de smartphones. O foco das investigações é um influenciador digital com aproximadamente 650 mil seguidores nas redes sociais, que utilizava sua popularidade para promover a importação ilícita de aparelhos eletrônicos, prejudicando os cofres públicos em cerca de R$ 50 milhões.
A operação cumpriu oito mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Sorocaba, Arujá, Itu, Guarulhos, Barueri e Maceió. Aproximadamente 25 auditores fiscais e analistas tributários da Receita Federal, juntamente com 35 policiais federais, participaram da ação. A Receita Federal já havia interceptado algumas remessas de smartphones importados ilegalmente, sem a devida documentação de origem, confirmando a gravidade do esquema.
O influenciador promovia o método ilegal através de vídeos e postagens, ensinando seus seguidores a importar produtos dos Estados Unidos sem o pagamento total ou parcial dos tributos. Além disso, ele operava uma rede de cúmplices responsáveis pela logística da importação e distribuição dos smartphones no Brasil. O grupo também oferecia a opção de retirada dos aparelhos no Paraguai, ou realizava a entrega em território brasileiro com notas fiscais adulteradas para evitar a taxa alfandegária.
Com os lucros gerados pelas atividades ilícitas, o influenciador ostentava uma vida luxuosa, exibindo carros e mansões em suas redes sociais, o que chamou a atenção das autoridades. Apesar das promessas de economia, muitos dos seguidores que adquiriram os produtos tiveram suas encomendas apreendidas pela Receita Federal, gerando uma onda de reclamações em portais de defesa do consumidor.
A operação busca identificar outros envolvidos no esquema, tanto pessoas quanto empresas que possam estar ligadas às fraudes. A movimentação financeira da empresa ligada ao influenciador atingiu R$ 45 milhões em 2023, com a aquisição de criptoativos como Tether (USDT) e a venda de mais de 3 mil smartphones apenas nos primeiros meses de 2024, sem emissão de notas fiscais adequadas.
Os envolvidos podem ser acusados de diversos crimes, incluindo lavagem de dinheiro, evasão de divisas, descaminho, associação criminosa e falsidade ideológica. A Receita Federal já se comprometeu a reforçar seus sistemas de gerenciamento de risco para fiscalizar as fraudes e instaurar novos procedimentos contra os beneficiários do esquema.
Com a ação coordenada, as autoridades esperam não só desmantelar essa rede criminosa, como também evitar que outros esquemas semelhantes prejudiquem ainda mais a arrecadação fiscal do país.