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A candidatura à reeleição do prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), está sob investigação da Justiça Eleitoral, após denúncias de abuso de poder econômico e captação ilícita de votos. A investigação foi desencadeada após uma festa de aniversário realizada no dia 22 de setembro, onde Manga e outros membros de sua coligação teriam supostamente utilizado o evento para promover suas candidaturas de forma irregular.
A ação judicial, movida pela coligação “Sorocaba Segura e Contra a Corrupção”, encabeçada pelo candidato a prefeito Danilo Balas (PL), pede a cassação das candidaturas de Manga, seu vice Fernando Martins da Costa Neto (PSD), e do vereador e candidato à reeleição Caio Oliveira (Republicanos). O ponto central da denúncia é a distribuição de sorvetes de sabor manga, cuja embalagem continha a foto e o número de urna do prefeito.
Segundo a coligação de Balas, os sorvetes foram distribuídos durante a festa de aniversário de Samyra Toledo, ex-secretária de governo e esposa de Caio Oliveira. O evento, realizado no Espaço Évora, bairro Recreio dos Sorocabanos, teria se transformado em um ato de campanha disfarçado. Fotografias e vídeos que circularam nas redes sociais mostram os convidados com os picolés, além de registros de agradecimentos públicos feitos por Samyra ao prefeito, chamando-o de “exemplo político”.
A peça processual também destaca o protagonismo de Rodrigo Manga durante o evento, onde teria discursado e recebido elogios da aniversariante. Além disso, o vereador Caio Oliveira, em determinado momento, teria pedido votos de forma explícita, com a frase: “O Manga é 10, tá bom gente?”, arrancando aplausos dos presentes.
A denúncia sugere que o evento extrapolou o caráter pessoal de uma celebração de aniversário e assumiu contornos eleitorais, especialmente pela distribuição dos sorvetes personalizados, o que, segundo a coligação adversária, caracteriza captação ilícita de sufrágio. A legislação eleitoral brasileira proíbe expressamente a distribuição de brindes como forma de influenciar o eleitorado.
Outro ponto levantado pela ação é o financiamento do evento, que ofereceu alimentação e bebidas gratuitas aos convidados, o que poderia configurar abuso de poder econômico. A coligação de Balas questiona quem custeou a produção dos sorvetes, fabricados pela empresa Urla Urla Distribuidora e Comércio Ltda., além da quantidade distribuída.
Em resposta às acusações, a coligação de Manga, “Sorocaba no Coração”, negou qualquer irregularidade e afirmou que o evento não teve relação com a campanha eleitoral, reforçando que todo o material produzido segue estritamente as regras da Justiça Eleitoral. A assessoria do vereador Caio Oliveira declarou que ainda não foi oficialmente notificada sobre a ação.
A Justiça Eleitoral agora analisa os elementos apresentados pela coligação de Danilo Balas, que pede a aplicação das sanções previstas nas leis de Inelegibilidade e Eleições, com a cassação dos registros ou dos mandatos dos envolvidos.