A cidade de Votorantim, na Região Metropolitana de Sorocaba, entrou na lista de municípios paulistas que investigam casos suspeitos de intoxicação por metanol, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira (8) pelo governo do Estado de São Paulo.
De acordo com o levantamento, São Bernardo do Campo lidera o número de notificações, com 59 casos suspeitos — dos quais 12 já foram descartados e um confirmado. A vizinha Itu também registrou uma suspeita, que acabou sendo descartada.
Em todo o Estado, são 181 casos sob investigação e 20 confirmados, com cinco mortes até o momento. As vítimas fatais são três homens, de 54, 46 e 45 anos, moradores da capital, uma mulher de 30 anos, de São Bernardo do Campo, e um jovem de 23 anos, de Osasco.
Diante do aumento dos casos, a Secretaria de Estado da Saúde reforçou o atendimento hospitalar com a distribuição de 3 mil ampolas adicionais de antídoto, somando agora 5,5 mil disponíveis para o tratamento. O medicamento à base de álcool etílico absoluto é essencial no combate à intoxicação provocada pela ingestão de bebidas contaminadas.
Paralelamente, o Instituto de Criminalística da Polícia Científica confirmou que o metanol encontrado nas amostras analisadas foi adicionado intencionalmente, descartando a hipótese de erro no processo natural de destilação. Segundo a análise, a concentração detectada é anormal e incompatível com a produção regular de bebidas.
O Conselho Regional de Química da Oitava Região (CRQ VIII) reforçou que, em destilarias profissionais, a chamada “cabeça” — fração inicial da destilação que contém álcoois mais leves e tóxicos — é descartada. Já em produções artesanais ou clandestinas, esse controle costuma falhar, aumentando o risco de contaminação.
Ainda conforme o CRQ, doses de 4ml de metanol já podem causar cegueira, e quantidades acima de 20ml representam risco de morte.
Até o momento, 24 pessoas foram intoxicadas em todo o país após consumir bebidas adulteradas com a substância.